Friedman e as 4 maneiras de gastar dinheiro

O economista americano Milton Friedman é um héroi do livre mercado, embora fosse a favor de bancos centrais (mas isso é outra história).

São famosos seus aforismos e a maneira pela qual ele conseguia explicar conceitos, em geral, complexos de economia e como conseguia argumentar contra diversos tipos de estatistas.

O que segue é um resumo do que ele disse sobre como gastar dinheiro:

  1. Gastar o seu dinheiro consigo mesmo: aqui há um incentivo para buscar qualidade, mas sem deixar de elado a eficiência, ou seja, as pessoas tendem a ponderar todos os custos inerentes à transação. É assim que pessoas físicas e empresas tendem a investir quando buscam lucro (monetário e não monetário).
  2. Gastar o seu dinheiro com outra pessoa, comprando algo para alguém, por exemplo. Aqui, o dono do dinheiro vai se preocupar com quanto gasta, mas quando não há ligação emocional com o beneficiado, inconscientemente ficamos menos interessados na qualidade do que se está comprando, no final das contas, a tendência é priorizar o custo (que é seu) em detrimento ao benefício (que será do outro).
  3. Gastar o dinheiro de outra pessoa consigo mesmo, por exemplo, o empregador paga o almoço do empregado que viaja a serviço ou o agente público usa dinheiro de corrupção para comprar coisas para si mesmo. Nesse tipo de situação, as pessoas tem pouco incentivo para refletir sobre os gastos e, ao mesmo tempo, busca a melhor qualidade, em geral, os custos são altos, mas como tu não precisarás pagar …
  4. Gastar o dinheiro de outras pessoas com outras pessoas, que não nós mesmos. Aqui não há motivo para me importar nem com qualidade, nem com custo. Se tu pensar, vai ver que é desse jeito que os agentes do governo gastam o dinheiro extirpado via impostos, é o caso inverso do 1, no qual a tendência é olhar o melhor custo-benefício.

Pensando desse jeito fica difícil encontrar uma justificativa para o pedido de ‘serviços públicos, gratuitos e de qualidade’, não é mesmo?

Talvez por entenderem isso os socialistas antigos diziam querer gerar um ‘novo homem’, por exemplo, o ‘homem soviético’ que seria imune à tais incentivos, paixões, mundanas.

Querer brincar de Deus só levou os coitados dos cidadãos dos locais onde essa desgraça foi testada à penúria, nos casos bons, e à mortes grotescas, nos casos piores.

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