Como em toda situação complicada, não existe uma resposta simples, vários fatores influenciam:

• O dólar (usado para pagar o querosene de aviação – QAV – e as parcelas da compra ou leasing dos aviões), quanto pior o câmbio, maiores os custos para a empresa e maior o preço que elas terão que cobrar;
• As diferenças de ICMS nos estados brasileiros, em estados com o tributo mais alto (como é o caso de alguns do norte), o custo aumenta e a conta é cobrada no preço da passagem;
• Entrar no mercado de aviação é caro, no Brasil isso se reflete na concentração, 4 empresas detém +99% do mercado, para piorar somos protecionistas, empresas de capital totalmente estrangeiro são impedidas de operar aqui (estrangeiros podem ter no máximo 20% do capital das aéreas), mantendo a oferta artificialmente baixa, o que eleva os preços;
• Os aeroportos brasileiros são ruins, na infraestrutura pistas com rachaduras, depressões e buracos obrigam as empresas a voar com suas menores aeronaves, e com menos assentos, e cobram caro, o quase monopólio da Infraero é algo a ser considerado, para piorar a corrupção é vista como muito grande;
• A regulação a favor do passageiro é muito forte, o que dificulta a oferta de pacotes diferentes por parte das aéreas;
• As distâncias são enormes, uma viagem de Santarém a Belém tem mais de duas vezes a distância do RJ a SP, isso acontece em praticamente todo o norte do país;

Todos esses fatores acabam por afetar os preços das passagens, para piorar a crise diminui a demanda e faz com que as aéreas precisem cobrar mais dos passageiros que ainda viajam. Para se ter uma idéia, no início da década, havia a expectativa de que o Brasil chegasse a ser o terceiro maior mercado de aviação do mundo em 2017 (o que necessariamente diminuiria os preços). A crise veio e isso não se concretizou, há quase um ano o setor tem encolhido mês após mês, já são quase 7% a menos com relação a 2015, o uso dos assentos disponíveis está em torno de 75%.

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