Consequências não intencionais

Outro dia um garçom deu uma baita lição aos gênios burocratas Brasileiros. Ao comentar a lei que proíbe a exposição do sal nas mesas de restaurantes e bares no Espirito Santo o garçom disse: “Para falar a verdade, eu acho que vai ser [sic] um consumo maior, porque de repente o sal está na mesa, o cara nem usa, aí como ele vai pedir, porque não tem o sal, ele vai ficar na obrigação de comer mais sal ainda”. A frase é meio truncada, mas o cara tem um ponto.

O caso é típico de consequências não intencionadas. Você faz algo pensando num possível resultado – reduzir o consumo de sal, neste caso – , mas não enxerga os outros possíveis resultados – possível aumento do consumo, pois as pessoas podem achar que não há mais sal na comida.

O salário mínimo é assim.

A falácia da janela quebrada também.

E a proibição do porte de armas, também.

Esse artigo do IMB mostra como, na Suiça, onde as pessoas ganham sua arma depois de servirem ao exército e a mantém em casa, faz com que os malfeitores, que, como todo ser humano, respondem a incentivos, sejam menos propensos a agir nas casas daquele país. Ao saber que há um cidadão certamente armado dentro da casa o potencial ladrão irá julgar até que ponto vale à pena o risco de levar uma bala.

No Brasil pensa-se que, desarmando o civil, o bandido também se desarmará. Apesar do estatuto do desarmamento ainda temos mais de 50 mil homicídios por ano, faz pensar.

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