Ontem tive o desprazer de ler que o CREA-RS autuou uma empresa por “descumprimento do salário mínimo profissional“. Fiz um post no Facebook sobre isso.

É o cúmulo do absurdo que as pessoas não percebam que o Salário Mínimo, assim como todo recurso, tem que vir de algum lugar.

Para ilustrar traduzo aqui um trecho de um artigo de outubro de 2013 de Antony Davies e James Harrigan no U.S. News & World Report “Raising the Minimum Wage Is No Free Lunch“:

O dinheiro para um salário mínimo maior tem que vir de algum lugar, e só existem três lugares dos quais ele pode vir: investidores, na forma de lucros menores; consumidores, na forma de preços maiores; ou trabalhadores, na forma de menos emprego. Quem pagará o aumento do Salário Mínimo vai depender de quão competitivo é o mercado.

Se a competição por fundos para investir é alta, como é  normalmente o caso, os negócios dificilmente irão cortar os lucros. Se a competição pelos consumidores é feroz, como quase sempre ocorre, as empresas farão quase tudo para não subir os preços. Isso nos deixa só com os trabalhadores. Sempre haverá exceção, mas historicamente, as empresas financiam aumentos no salário mínimo através da demissão de pessoas que recebem o salário mínimo.

A questão do salário mínimo não é de empregado versus empregador, como normalmente se apresenta. Ao contrário, é uma questão de empregados de salários baixos com habilidades maiores versus empregados de salários baixos com habilidades menores.

Aumentar o salário mínimo é a porta para colocar fora do mercado as pessoas que mais precisam trabalhar para crescer.