Um motivo contra a legalização
Embora eu me considere libertário e ache que cada um sabe melhor da sua vida que algum(ns) burocrata(s) governamental(is), há uma coisa que eu não me convenço: “as drogas, todas, devem ser liberadas, e é para já!”
Explico:
Em sociedades de welfare state o problema é bem profundo. Quem, por exemplo, será responsável por cuidar de uma pessoa que tiver overdose e não tiver ninguém por si? E caso a pessoa deseje tratamento para não mais ser usuária, quem paga pelo tratamento? Caso a pessoa seja dependente química e cometa algum ato ilícito sob a influência do entorpecente, podemos dizer que ela é inimputável? A resposta à pergunta anterior também vale no caso de um atropelamento que vitimar crianças no qual o motorista fosse um dependente químico de álcool?
Assim, mantendo a coerência, eu preferiria viver numa sociedade que não tolerasse nenhuma substância que gerasse alteração de sentido ou percepção para fins meramente lúdicos. As chamadas “drogas recreativas”, inclusive o álcool, numa sociedade na qual eu fosse ditador, seriam proibidas.
Seguindo a lógica, eu sou, hoje, no atual sistema de welfare-state, contra a liberação das drogas.