A eleição de 2022 no Brasil: o futuro depende da educação
Quanto ao desespero de alguns por conta do resultado das #eleições2022 no #Brasil. #Política depende de #cultura, não se pode achar que, num vazio cultural como era o Brasil pré-2010, mais ou menos, o simples surgimento de um político que arrasta multidões e cativa uma parte significativa da população vai resolver o problema. Na (contra)revolução militar em 1964, os militares escolheram lutar contra revolucionários armados que, provavelmente não tinham mais de mil ou dois mil quadros (aproximadamente 500 pessoas, de ambos os lados, morreram ou desapareceram no Brasil durante o regime militar, na Argentina foram mais de 10 mil). Enquanto isso, os mesmos militares deixaram para os “progressistas” – que ainda se autointitulavam “#comunistas” ou “#socialistas” toda a formação da classe falante e dirigente (Golbery do Couto e Silva e a “panela de pressão”). A elite intelectual comunista, portanto, formou todos os jornalistas, professores universitários (que, por sua vez, formam os professores do fundamental e do médio), toda a burocracia estatal. Vêm desse círculo todos os intelectuais brasileiros dos últimos 50-60 anos. É pouco?
Os pouquíssimos intelectuais (O próprio Olavo, Bruno Garschagen, Ubiratan Iorio, o pessoal do Senso Incomum, da Esmeril e do Borborema, para citar alguns ), jornalistas (Augusto Nunes, Bernardo kuster, Fiúza e Alexandre Garcia) e comentaristas em geral (Letícia Catel, Hélio Beltrao, Fernando Ulrich, Paulo Guedini, Renata Barreto, Paulo Figueiredo, Roger Moreira, etc.) que escaparam disso o fizeram por terem sido treinados pelo que restava de uma intelectualidade anterior à dominação comunista ou por, a mim parece, milagre no sentido estrito da palavra. Essas pessoas se recusaram a seguir o cânone acadêmico e buscaram sua formação fora do ambiente universitário brasileiro.
O que temos hoje no #Brasil é resultado da dominação dos progressistas na #educação. Dá para mudar isso? A mim parece que sim. Desde que as pessoas interessadas trabalhem sem querer recompensa imediata, de baixo, quietos, preparados para tomar pancada e para que muitas de suas iniciativas não deem certo imediatamente. Humildade é absurdamente importante nisso.
Mas como esse trabalho intelectual vai impactar a política? E, mais importante, o que dá parar fazer agora, logo depois de uma derrota eleitoral tão relevante como essa? Como eu disse lá em cima, política necessariamente depende da cultura. Os progressistas entendem isso e assim não podem aceitar debate intelectual sério nos círculos acadêmicos. Pelo mesmo motivo liberais, conservadores e libertários são, de fato, excluídos deste mesmo debate (no brasil isso é obvio, mas no mundo também é bastante verdade) e são rotulados de “reacionários”, “antidemocráticos” e, claro, “racistas”, “fascistas” e “nazistas”. Os rótulos servem para deslegitimar, à priori, qualquer opinião que essas pessoas emitam, porquê, afinal, quem deveria dar ouvidos à um nazista, não é verdade?
Politicamente vejo o @Jair com algumas características necessárias para comandar um movimento de oposição que funcione. E muitas outras que vão contra essa mesma capacidade. Porém, em geral, ele é o único que tem o poder de aglutinar a população e, portanto, de dar a sustentação das ruas aos políticos que estiverem ao lado dele e defendendo as pautas que ele defende. Há algumas questões a serem respondidas sobre isso, em especial: 1. os outros que querem ser caciques vão se submeter a ser tribo do Jair? E, 2. será que o Jair quer ser o cacique e tem habilidade para fazer isso sem estar diretamente no poder?
Quanto ao problema 1, enquanto todo mundo “na direita” quer mandar (vide Danilo Gentilli, Kim, Mamãe Falei, João Amoedo, Peppa, etc.), e ninguém aceita que tenha alguém acima de si mesmo; na esquerda quem quer ir contra o Lula é MOÍDO, desaparece provisoriamente e depois é colocado para integrar a “frente ampla” (Ciro, Alckmin, Marina, Meirelles…). Será que os que gostariam de ser Jair vão baixar a crista e aceitar uma posição politicamente subordinada à ele?
Quanto ao Jair querer ser cacique e ter habilidade para tanto. Honestamente, creio que ele queira, mas não estou tão confiante quanto à habilidade dele de fazer isso. A ver.
Em suma, reverter politicamente é possível. Mas vai demorar bastante e vai exigir muito trabalho silencioso e que parece que não está dando resultado. Parar que o Lula fosse eleito em 2002 os intelectuais estavam formando gente e ocupando espaços desde 1965, pelo menos. O Olavo (e depois o Mises Brasil e vários outros), começaram a formar uma intelectualidade não progressista em fins de 1990, início dos 2000. Com maior força isso começou a acontecer de 2007-8 pra frente. O Jair foi eleito 10 anos depois disso. Parar usar o Olavo de novo, a eleição do Jair em 2018 foi “ejaculação precoce”.
Caso tenhamos interesse em transformar o país para os nossos filhos e netos, temos que pensar no longo prazo e trabalhar sem pestanejar. É possível, e eu vou fazer a minha parte.