28Aug
Há pouco recebi mais um email da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como é de praxe nessas comunicações a universidade usa ‘@’ para se referir à comunidade de alunos (sejam eles de qualquer sexo).
Achei que valeria à pena dividir minha indignação com o uso ideologicamente enviesado e, ainda pior numa universidade, gramaticalmente erradíssimo.
Comentários são bem vindos
“Bom dia,
Como participante da comunidade acadêmica da UFRGS, expresso minha consternação e profunda discordância com o uso ideologicamente enviesado destas “@” nas comunicações oficiais da universidade (do ministério da Educação então, nem se fala) em substituição ao uso correto dos plurais.
A língua portuguesa, da qual a universidade precisa ser das maiores defensoras, tem regras claras para o uso de plurais. Formalmente, ao nos referirmos a um conjunto de pessoas que incluem homens e mulheres ao mesmo tempo, a maneira normalmente correta de se expressar é usar a o plural masculino dos substantivos (ou será que devemos passar a usar ‘subsanti@s’?), sem que isso tenha a mais mínima conotação machista/misógina/homofóbica/ etc.
O plural de prezado é ‘prezados’, e o de todo é ‘todos’. Isto é verdade ainda que entre os ‘prezados’ e ‘todos’ estejam pessoas do sexo feminino.
O uso de @ em comunicações formais de uma instituição universitária desta magnitude soa infantil, ridículo e até aviltante para pessoas que estão estudando também para usar da língua portuguesa como instrumento para divulgação de seus trabalhos científicos.
Espero, honestamente, que este tipo de comportamento seja revisto. Os responsáveis pela tomada de decisão devem ter consciência que a universidade (embora pública) não pode, e muito menos deve, impor aos membros de sua comunidade visões político-ideológicas de seus líderes quaisquer que seja a sua estirpe intelectual. E sim, o uso das arrobas tem claro viés político-ideológico. Pessoas podem e devem se manifestar livremente (novamente, pouco importa a ideologia), inclusive dentro da instituição. Mas a universidade não deve fomentar o mau uso do instrumento de trabalho mais precioso que os cientistas e futuros cientistas tem em mãos, sua língua pátria.
Novamente manifesto minha profunda indignação para com este absurdo e espero que providências sejam tomadas para que este tipo de abuso da língua não venha a se repetir,
Tenham um bom dia,”