Contra a doutrinação na universidade
Outro dia estive num painel que tinha por objetivo discutir os fundamentos da crise econômica brasileira.
Alguns fatos sobre esse painel:
- Dois professores, A e B, da universidade Federal do Oeste do Pará, UFOPA, agora com cinco anos de existência. O primeiro deles com uma camiseta escrito CCCP, para quem não sabe CCCP é a maneira Russa de escrever União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Aquele verdadeiro paraíso na terra.
- Segundo o professor A, dois dos melhores países do mundo atualmente são: a Coreia do Norte (que tem, vejam só, tecnologia para construir uma bomba atômica e para colocar foguetes em órbita) e Cuba (que sofre com um embargo americano que visa destruir o país e que “tem escolas e medicina de ponta no mundo”).
- A e B defenderam, de forma pouco ou muito enfática, que o Estado/governo/partido deve intervir para impedir que empresas privadas se tornem monopolistas (dado que, segundo A é impossível de não acontecer num sistema capitalista) (ele só esqueceu de explicar que monopólios dificilmente sobrevivem em sociedades nas quais o governo não intervém para defender o monopolista (direta ou indiretamente) e que nas três sociedades tidas por ele como modelos só existem monopólios, por definição.
- B tentou colocar na discussão o grande aumento do crédito subsidiado, mas, ao menos parecia, que havia um bloqueio mental, ele conhecia a raiz do problema, mas não queria aceitá-la pois iria contra a sua ideologia.
No final das contas saí de lá com uma certeza/tristeza: (não) surpreendentemente a UFOPA, assim como grande parte das universidades públicas, está servindo para doutrinar os alunos de ciências sociais, em especial de Economia, e não para apresentar à eles as diferentes teorias acerca das matérias.
E sabe qual é o pior?
Todos nós estamos pagando por isso.